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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Brilhante

As veredas, por fim, se encontraram; e então o tempo fez-se de chuva sertaneja. Alguns dias sim, molhou-se a terra, pintou-se neblinas, caíram conselhos do céu.

Mas, todavia, era necessário medir tudo com extravagância.

As quartas-feiras chinesas pediam socorro para serem lembradas e a Literatura batia na porta pedindo um copo d'água em busca de citações do Guimarães.

Não, não é a hora de Guimarães.
Mas sim: do Brilho.

E quem sabe, talvez, de retirar alguns sonhos jogados na lata de lixo da vida.
Sujos pelo tempo. Desgastados pela umidade das lágrimas. Esquecidos, como as coisas que devem ser esquecidas.

E, mesmo que Michelangelo e Maria das Neves estejam nos esperando no mar sem fim. No mar daqueles que souberam brindar às noites mais divertidas de suas vidas:

Brindando, sim, com a própria vida, pois os cálices estavam cheios de sonhos!(daqueles atirados, lá, naquela maldita lata lixo)

Cheios de promessas.
Cheios de ternura.
cheio de desertos de oito horas.
inundado de rios plumosos, de tinta azul, de... amendoins.

Portanto, cabe não esquecermos o caminho torto, o sereno dedicado, a releitura das páginas da vida.

Restando, finalmente, apenas: Poeira de Brilho Brilhante.

Prentice Geovanni

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