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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Da vez que ganhei um cd.

Quem gosta de Biquini Cavadão?

Eu, particulamente, gosto demais.

Foi escutando Biquini que passei vários dos melhores momentos de minha vida até hoje.

Foi com Biquini interpretando "Chove Chuva" que passei a achar uma neblina mais romântica e com um ar de "nossa como é bom viver".

Foi com Biquini que eu aprendi "Quanto tempo demora um mês" e
como é "Impossível" esquecer amores, amigos e singulares momentos.

Ora, se fosse pra descrever o sonho de ter ido e conseguido convencer todos os Hissatsus a irem comigo ao show de Biquini,
eu descreveria como:

"A ocasião certa com as pessoas certas para a certa perfeição de ter sido tudo perfeito".

Caramba, pense numa noite feliz e marcante.

Acho que foi naquela noite que nos tornamos Astronautas e fomos à Lua. Foi naquela noite que nós tomamos um pouco da loucura do Biquini quando se encontra no palco, para fazer o melhor show de nossas vidas.

Foi depois daquela noite, na volta, que tivemos uma bela vista do amanhecer na Via Costeira ao som do "Boys Don't Cry" do The Cure.

Caramba, com certeza, foi uma baita de uma noite feliz e marcante. Pois, foi ali que refletimos um pouco da magia da vida.
Da mágica da vida e suas ocasiões para que ocorra tudo bem e de uma maneira sincronizada.

Acho que foi ali que cada um teve sua vitória na noite. Foi ali que cada se tornou seu próprio campeão.

Cada um ganhou o seu troféu... Eu ganhei o meu troféu:
duas garotas lombradas me perguntando alguma coisa para se chegar não sei bem em qual lugar. [Não me perguntem nada, pois eu também não entendi o que se passou]

Porém, depois de quase um ano, acabo de receber outro troféu. Um troféu dado por uma grande amiga.

Um troféu que simboliza todos os momentos vividos. Um troféu muito bacana.

Um troféu original. Com as seguintes palavras imaginárias "Pá pêpê".

Um troféu simbolizado na forma de um CD original. [coisa rara hoje em dia]

Pôxa, não é com frequência que me presenteiam. Pôxa raramente sou presenteado.

Mais pôxa ainda: Ninguém nunca me deu um CD original. Aliás, ningúem nunca me deu um CD sequer.

Por isso, como você sabe, tenho o meu trauma de usurpá-los para um bem maior: para minha pessoa.

rs...

Obrigado, meu bem, por curar traumas, cicatrizar feridas e simbolizar memórias.
Valeu a pena esperar e te ver contar como foi complicado escolher esse troféu para mim.

Obrigado,

E só mais uma coisa, lembre-se: Ohhhh Marilene, à noite... tainha, vinho e muito sexo.

Obrigado mesmo, Katy.

Go, Daniel!

Da série: Vamos Detonar Novamente no Espaço-Tempo!

Grande Daniel!

Um dos meus exemplos. O cara que eu sempre admirei e quis ser. O concorrente, o companheiro, o professor, o amigo. Mas quem é Daniel? O bom amigo, o bruto com as palavras? O médico? Vai saber. Daniel está se formando, assim como todos os outros, que estão interligados com ele.

***

Do primeiro contato com esse danado, lembro de termos nos aproximado por meio de algumas mensagens. Não sei muito bem, se foi eu que pedi conselhos, dicas, ou, se foi ele que já me veio com elas. Não lembro. Contudo, e com toda certeza, as dicas eram boas.

Uma das melhores, uma que nunca me esqueci, foi enquantos caminhávamos na rua do Banco do Nordeste: "estude biologia com força! Aquela parte de botânica, coloque pra descer!".

Tiveram outras.

Essas vieram por mensagens antes da prova: "Prentice, força, cara. Os professores acham que vai cair isso e aquilo, portanto, se lembre disso, disso e disso...".E eu me indagava: "Ele sabe que sou concorrente dele?" Porém, sempre agradeci e sempre desejei uma boa prova para ele.

O mais legal é que eu sempre acertava o que ele me dizia. Mas não entendia muito bem qual o motivo dele se preocupar com um cara que conversou tão pouco com ele... e, quando conversou, foi por algum interesse. Nunca fiz perguntas de como a vida é dura em natal e o quanto de solidão ele deve ter passado. Só fiz perguntas idiotas, sobre assuntos idiotas.

Mas, aos poucos, mudei isso. Mudamos. Como? Não tenho a menor ideia...

Todavia, acho que nos aproximamos mesmo, foi quando ele passou no seu vestibular. Nunca me esqueci daquela tarde que ele passou com o velho moto táxi, com a cabeça raspada, com um sorriso no rosto, acenando pra mim com um boné em mãos e gritando: "Depois Passo Aí!".

E ele passou. Assim como outros (Marcela, Romero, Gonzaga) passaram. Todos falando que é possível, que é só ter fé, persistência e foco.

E é sim. Eles estão certos. Todos entendem o quanto é precioso ter uma vida em mãos. Uma criança, um adulto, um idoso. Cada um sabe a valia de um diagnóstico certo, de um parto bem feito, de uma vitória para continuar no jogo da vida. Mas também, eles sabem o que é o desespero por não entender determinada coisa, de enfrentar a morte de perto, de saber as carências que existem vida adentro. Dentro da gente.

E sabes [bem] disso, Daniel. E também não vais esquecer disso, Daniel.

Assim como eu não esqueci daquela vez que você passou aqui em casa pra gente autenticar toda documentação para sua matrícula. Lá, no cartório, um senhor na calçada, nos parou e disse: "olha aí, passaram no vestibular?", acho que cada um respondeu sua resposta. Você que sim, eu que não. E, logo após, esse mesmo senhor olha pra mim e diz: "máh, rapáh, eu via você toda tarde, com seu caderninho, indo pro CEDAP e nem passou?!" E colocou um sorrisão no rosto, depois de dizer isso. Em resposta você ficou calado, e eu dei o velho sorriso amarelo de "Que filho da puta!".

Dentro do cartório não falamos sobre o senhor. Autenticamos o que tinha para autenticar e pronto. Ao sairmos, lembro de não termos um mínimo de cabimento com esse senhor e, ao enrolarmos a esquina, você meio que quase gritando fala:

"Ahh! Cabra Cavalo! Aquilo é um Cavalo!"

E eu rindo muito, confirmei:

"Cavalo? Cavalo, sim!"

Esse dia foi massa. Assim como o do seu churrasco, do seu alistamento... (Esse foi um dos melhores, mas não contarei aqui) Claro que tiveram outros momentos únicos e singulares... (lembra que íamos fazer trabalho lá na casa de uma pessoa só pra comer bolacha amanteigada? Ê tempo bom!)

Porém, o fato é que você sempre foi aquele garoto que foi pra Natal e toda turma ficou aqui. E [porém do porém] quando você voltou, passado em medicina, você comemorou com a gente. Comemorou com a turma que você considerava. Como se a vitória também fosse nossa. E, olhe, que naquela época não tinha Facebook pra conectar todo mundo. Era coisa de sentimento mesmo e respeito.

E, saiba, meu caro, fora você ser dedicado na medicina [e em tudo que almejas - ensinar, por exemplo], algo que sempre admirei em você e nunca te disse, é isso: saber quem realmente importa na nossa vida e saber a quem se doar e colocar na nossa vida. Para que assim não ocorra uma perda de tempo... Para que assim ocorra uma diferença entre o que realmente vale a pena lutar e o que não vale a pena lutar tanto assim.

Obrigado, por ensinar isso, cara.

Mas, voltemos ao que interessa. Afinal, não estou aqui para embelezar o que vivemos. Artur, Galileu, Marcus [vigia], Magnun [e sua biz amarela], Igor, Franklin, Carlinhos, Mikhail, Gonzaga, Helem e outros, sabem que isso não é preciso (inclusive você).

E acho que a maior finalidade desse texto [para a Vossa Senhoria] é servir como rito de passagem, pois, Cara, você se formou e tem uma nova etapa de sua vida para fazer bem. Bem feita. Você sabe o quanto sofreu, você sabe o quanto foi difícil. Só você sabe como sonhar é ao mesmo tempo tão desgastante e recompensador. Só você sabe a satisfação de chegar ao fim e a um início. Só você sabe o que lhe foi tirado e o que lhe foi reposto. Só você sabe como contribuir e melhorar vidas.

Só você sabe: tudo o que aprendeu e o que tem para aprender!

E [sim] você soube, mesmo nas maiores alturas, ser sempre quem és: o Daniel que procura saber da gente com a seguinte pergunta "E aí, mestre? Tudo em ordem?"; o Daniel que se preocupa conosco; o Daniel que sempre esteve nos natais na velha pracinha...

Você é o Cara, Daniel. Lembre-se disso. Jamais esqueça.

***

Mas e aí? sabemos quem agora é Daniel? Provavelmente não.

Pois Daniel [ainda] está se formando... Não apenas em medicina, mas como ser humano, como uma pessoa que cativa quem tem de cativar, como uma pessoa que vai cuidar [e cuidar bem] de quem precisa, como um desbravador em busca de uma terra desconhecida, de uma cura, de um refúgio.

No mais, falarei o que você sempre me disse e o que os nossos amigos dizem pra gente: "Vá confiante em direção a seus sonhos. Viva a vida que imaginou". - Henry David Thoreau

Daniel Rogerio