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domingo, 26 de fevereiro de 2012

As 7 Novas Maravilhas do Mundo.



O Brasil não pode se queixar, ao menos no quesito natureza: a fundação New 7 Wonders reconheceu oficialmente as Cataratas do Iguaçu – 275 impressionantes quedas d’água ‘divididas’ entre Brasil e Argentina – como uma das sete novas maravilhas do mundo, ao lado do rio subterrâneo Puerto Princesa, nas Filipinas, e ilha Jeju, na Coreia do Sul. A Floresta Amazônica também figura entre as belezas naturais que devem carregar o título em breve. Abaixo, a lista das mais votadas:

1 – Amazônia (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela)– não confirmada
2 – Baía Halong (Vietnã) – não confirmada
3 – Cataratas do Iguaçu (Brasil e Argentina) – confirmada
4 – Ilha Jeju (Coreia do Sul) – confirmada
5 – Komodo (Indonésia) – não confirmada
6 – Rio subterrâneo Puerto Princesa (Filipinas)
7 – Montanha da Mesa (África do Sul) – não confirmada



Aldir Viturino

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Serif e a Biblioteca.

“E lendo teus bilhetes eu penso no que fiz. Querendo ver o mais distante sem saber voar, dispensando as asas que você me deu.”
- Herbert Vianna

E dessa vez ele estava dormindo.

Não sabia o por quê, mas, esporadicamente, ele sempre sonhara aquele mesmo sonho: com a biblioteca onde estudou toda a sua infância. Entretanto, com as mais diversas variâncias, Serif sempre encontrava ali, naquele tipo de sonho, entre os muitos livros ali existentes, as mais diferentes pessoas. Algumas ele conhecia, já outras nem tanto. Para Serif, isso não importava muito. Ora, mesmo que seja em sonho, é sempre bom conhecer gente nova, não acham?

Dessa vez, o que ele via diante de si era uma estante com a coleção de Artemis Fowl, de Eion Colfer. Estranho? Nenhum pouco. Bibliotecas tem mesmo essa função de guardar livros. Estranho mesmo é quando do lado de fora, dessa mesma biblioteca, em vez dele encontrar uma vista para o pátio em que ele brincou quando criança, ele encontra um corredor que vai dar em direção a uma espécie de mistura entre o que seria uma brisa marítima e um uma ponte feita de concreto ligando duas realidades: uma, em que ele, Serif, tinha certeza de ser do seu tempo pueril, enquanto que a outra, seria de um tempo qualquer. Certamente, isso sim, era estranho. Todavia, era um sonho. E sonhos poderiam ser estranhos, desde que ainda fossem sonhos, não é óbvio isso?

No meio dessa ponte, estava uma pessoa muito importante da vida de nosso querido Serif. E, no fim dessa mesma ponte, estava também outra pessoa bastante singular para ele. Era dessa pessoa que vinha a brisa do mar, porém não havia mar. Havia pessoa. Sem mar. Mas, com brisa do mar.

Serif queria passar por aquela ponte. Fazia tempo que não via aquela pessoa bastante singular. Tinha muito o que falar para ela. Talvez, quem sabe, poderia dizer o quanto sente por ter sido o que ele foi. E que, sim, hoje sim, ele enxerga a coisa com outros olhos. E que, se soubesse que certas atitudes poderiam ter sido tomadas, provavelmente, o caminho, a história, teriam tomado um rumo completamente diferente do que tomou. Serif apenas sentia muito. E, certamente, por sentir tanto, talvez seja por isso que essa pessoa bastante singular estivesse ali em seus sonhos. Entre bibliotecas, pessoas importantes e pontes com brisas marítimas. Mas aí vem a pergunta? “Se essa pessoa singular se encontra ali, quem estaria se eu não sentisse algo?” Perguntando melhor: é melhor sentir algo, como arrependimento, por exemplo, para assim, encontrar pessoas que foram singulares na nossa vida? Ou não sentir nada e jamais ver essa pessoa novamente nem mesmo em sonhos?

Serif não sabia responder. Contudo, para o próprio, isso não importava. Estava mais que na hora de atravessar a ponte. Mais que droga! A pessoa importante não quer deixá-lo passar para o outro lado. Vamos Serif, convença a essa pessoa importante que há coisas a serem ditas à outra pessoa no fim dessa ponte. Ufa, ainda bem que tudo deu certo. Pessoas importantes para gente, Serif, sempre entendem nossas decisões, mesmo que com essas, nos machuquemos. Mas, dessa vez você fará tudo certo, não é, meu caro, Serif? Ninguém se machucará... não mais. Ambas as partes entenderão seus erros. Ambos, quando estiverem frente a frente, apenas sorrirão um sorriso recíproco e seguirão juntos para além ponte, não seria bom assim, Serif?

E a pessoa importante ficaria para trás? Não, claro que não. A pessoa importante iria também além ponte. Ok, tudo bem.

Serif, ao chegar diante da pessoa singular, lembrou de tudo que passaram juntos. Desde as primeiras emoções à última briga sem sentido. Pensou em voltar para o começo da ponte novamente e não dizer mais nada do que queria dizer. Iria adiantar alguma coisa? Tudo foi vivido, tudo foi passado, tudo existiu... e, então, foi pensando nisso, que ele percebeu que a pessoa singular estava tão sozinha e poderia ficar muito bem sem ele. Será que poderia mesmo? Ela estava com cara de choro. É melhor voltar, Serif?

Serif deu as costas para a pessoa singular e pensou que nada tinha mais jeito. Há certas coisas: a palavra dita, a flecha lançada e bláh-bláh-bláh que jamais voltan atrás. Do mesmo jeito era ali. Naquele sonho maluco. Percebendo isso, a pessoa singular caiu no chão e se viu em um desespero de aceitação, de “tudo bem, foi escolha dele, eu entendo.”. Serif, porém, se lembrou de quando estava no início da ponte: que só queria dizer tudo o que tinha pra dizer. Mas isso não bastava, Serif.

Então, o que bastaria?

E vendo a pessoa singular “entendendo tudo”, Serif entendeu que não entendia nada. E voltou seus olhos para onde estava antes: na própria pessoa singular. E ele não a via com olhos de pena nem de arrependimento. Mas sim, de querer estar junto. Ora, não devemos ficar juntos de quem amamos? Serif chegou perto e, finalmente, abraçou a pessoa singular. E eles lembraram do quanto era bom um abraço mútuo em direção do além ponte.

Pin-pin, pin-pin, pin-pin...

Prentice Geovanni