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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Rochas do Sertão.

És a cacimba maior que afronta seca
És a única casa forte da caatinga
És algo que amedronta galegos
Bravos caboclos do sertão.

És o lusitano em alforje de couro

Rajadas que atravessam o grotão
És a força fina do machado
Que despedaça a coluna do touro.

És o último gado no pasto
Que abocanha a fome da esperança
És ametista rara largada no chão
Garimpeiros que desvendam o sertão.

És a arma que atira no meio da testa
Cangaceiros de tantos que já matou
És o capucho formoso na plantação
Desde a safra seca do verão.

Diego Rocha
 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Surpresas, Festas e Mapas.

Hand, versão Zumbi infanto-juvenil
Bem. Está na hora de colocar um ponto final nessa fase do Le Fabuleux Destin dHandBoy. Infelizmente, ou felizmente, ainda existem outras pessoas que faltam escrever aqui. Fica para a próxima vez ou como comentário. Comecemos com nosso amigo André Colossus.

Handboy: O surpreso

Certo dia, na casa onde Handerson reside em Natal, eu fiquei para o almoço. Esse almoço, bem simples, eram duas marmitas do Nordestão. Handerson, jovem sábio e experiente, para dar uma incrementada, preparou ainda umas batatas e um pouco de macarrão. E lá fomos nós atacar o rango. Hand, um segurança e eu. Conversa, comida, comida, conversa.

Foi quando a marmita que tava pegando comida acabou. Olhei para Handerson e perguntei:

- Boy! Tu também tirou comida daqui, num foi?

Hand, com os olhos enormes de surpresa: Não! E o segurança, com os mesmos olhos, também disse não.

E isso rendeu comentário para mais de mês: Uma marmita estava Hand e o segurança e na outra só eu. A minha ficou “rapada” e a deles ainda com um restinho. Já tira daí as amizades que esse danado encontrar!

Grande HandBoy. Tivemos algumas resenhas juntos. Abraço Boy!

Realmente, Hand tem uma galera reunida pela fome. Fome por comida, por conhecimento, por animes, por séries, por amor, por músicas, por aniversários, por crescimento... por momentos épicos. E foi num desses momentos épicos que eu construí, de uma maneira ou outra, minha forma de enxergar muitas coisas futuramente. Sem mais delongas, Gustavo resolveu falar daquela épica festa. É. Daquela lá.

Tomar uma, boy!

Meu caro amigo, lembras da festa de Sirano e Sirino? Que festa foi aquela, hein? Até o dia clarear, e para terminar a noitada, ficamos horas na velha e boa calçada dos correios, fazendo àquele relatório da festa. E que jamais esqueçamos que "As ligações de amizade são mais fortes que as do sangue da família." (Boccaccio)

PS: Só lembrando que a festa foi sem álcool, fomos apenas para se divertir mesmo.

É, foi uma festa sem álcool. Lembro claramente que não me lembro de nada desse dia. Só de receber grandes broncas por chegar em casa tarde e de Hand ficar mangando de mim depois. Mas, teve uma aventura dele que certamente eu não saíria rindo. E foi na... Deixou com você, companheiro Mateus.

A aventura de Um Forasteiro na Cidade das Águas: Water 7.


2008, ano em que entrei na faculdade e conheci muita gente nova, incluindo o jovem Hand, com quem logo fiz amizade e chamei para o meu aniversário.

Era um dia chuvoso, como quase todos os outros do ano, muitas ruas estavam alagadas. Preocupado com que Hand pudesse se perde, desenhei no Paint um mapa do trajeto de ônibus para a minha casa e passei logo para o forasteiro de Santa Cruz, que utilizou de suas habilidades de desenhista para fazer a sua cópia personalizada no estilo One Piece: 


Tudo corria bem, até que, enquanto eu esperava os convidados, lembrei que a avenida principal estava alagada e o [Going Merry] ônibus ia pegar outro caminho diferente do desenhado no mapa, o que deixaria o forasteiro Hand perdido na cidade das águas Water 7 [numa Natal] bem alagada. Bem em cima da hora (ele já estava a caminho), liguei pra ele e falei pra ele descer na primeira doca [parada] do bairro.

E lá se vai um [navio] carro enfrentando as águas violentas do mar de das ruas de Water 7 [Natal] para buscar o forasteiro. Apesar da chuva forte, os convidados compareceram e a noite foi bem divertida. Muita conversa, muita gargalhada, bolo, salgadinhos e muitas partidas de Frets on Fire.

E foi esse episódio que marcou o início de uma amizade com um cara fuderoso, que está sempre animando as pessoas com quem convive. Valeu, Hand! Continue sendo esse cara feliz, brincalhão, de bom humor, que leva tudo numa boa (tá tânquilo...) e que tá sempre "on" para escutar um desabafo e dar aquele apoio. No mais, que tenhamos muitas outras aventuras pela frente.

Abraço.
 
***

Prentice, terminei o texto e dei uma "pitada" de One Piece (por causa do mapa), só que como não conheço anime, posso ter colocado merda ou pode ter coisas mais legais pra colocar.

Outra coisa: tá dando pra entender? Tá uma merda? Seja sincero. E pode tirar o título, se quiser.

Seu texto está muito bom. Aliás, o de todos estão muito bons. Foi muito massa reunir e aperriar vocês para escreverem seus rabiscos sobre esse grande amigo que se encontra em nossas vidas. Foram muitas lembranças e momentos marcantes, que acabaram por nos adicionar um toque de amizade, companheirismo e amor (por quê não, num é?). Por fim, fica meu muito obrigado a cada um dos senhores e senhoras. Obrigado pelas ideias, pelos exemplos e pelas risadas. E as palavras finais, ou lembranças finais, deixo-as com Iran e Daniel.

Iran diz: É o seguinte, uma lembrança boa com Hand não existe. Porque uma boa amizade dessas ja é uma lembrança inesquecível.

Daniel diz: Rééé...
Prentice Geovanni


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Engines. (*)

“Na minha memória - tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos.” Caio Fernando Abreu

A Memória é um lugar onde nós guardamos as informações daquilo que conhecemos. É ela quem grava tudo aquilo que desejamos e nos é importante. Entretanto, existe um problema. Para que guardemos nossas informações, diga-se, lembranças, é necessário que haja um estímulo. Pois é, precisamos estimular o nosso velho cortéx cerebral, afinal, hoje sabe-se que ambos os tipos de memória - de curta e longa duração - são armazenadas nele.

Mas antes de falar em como fazer esses estímulos, falemos um pouco desses dois tipos de memória, beleza? Bem, é mais ou menos assim, a memória de curta duração armazena no cérebro informação consciente por um curto período de tempo. Isso é realizado a partir de conexões que existem entre o nosso cortéx cerebral com o hipocampo, um dos componentes do sistema límbico. Você sabe bem mais do que eu que este possui funções diversas, tais como, emoções, motivação, comportamento e, claro, memória. E é por causa dessas interações no nosso sistema nervoso que obtemos a dádiva de esquecer certas passagens de nossa vida.

Não sei o porquê, mas acho que esse envolvimento de regiões cerebrais é uma conspiração a favor da proteção e sobrivência da espécie humana. Proteção pelo fato de uma garota não se deixar levar por uma declaraçãozinha besta qualquer, e acabar se apaixonando por um babaca; sobrevivência porque se formos levar em consideração a infinute de babacas que existem por aí à procura de uma garota que transmita seu genes babacas é grande. E ninguém merece uma humanidade mais babaca do que já é. Portanto, é mais uma questão protecionista e, não como se pensa ser, hormonal. Enfim, deixando isso de lado, imagine o número de cantadas toscas que você sempre lembraria, imagine se você lembrasse dos inúmeros constragimentos que passou por sua vida até agora? Graças a essa memória curta conseguimos esquecer e selecionar quem não fará muita diferença em nossa vida.

Já na forma de longa de duração, as conexões, ou redes neurais, são maiores com o cortéx cerebral. Talvez o melhor caminho para estimulá-la seja através de perguntas, pois é a partir delas que se criará um caminho da memória para à consciencia. Ou seja é a partir de perguntas feitas que surgirá um "boom" de lembranças para as mais diversas finalidades, seja lembrar de uma matéria, de um momento feliz, ou de alguém que te faz bem, por isso que sou bem sincero contigo, por isso que te pergunto qual a sua opinião em determinado assunto. Por isso que te conto confidências, por isso que digo que seu boa noite é aconchegante. É por isso que te dou boa noite. É por isso mesmo que você continua a me dar boa noite. Afinal, quero ser memória de longa duração, associada ao interesse, e não de curta, associada aos genes babacas. Dito isso, que venha o texto. Ou melhor, seu estímulo.

 
***

Para Guevení aqueles foram os olhos mais luminosos que ele vira em vida até aquele momento. E tudo pareceu mais real e possível. Afinal, ele havia percebido que realmente a garota dos seus sonhos, literalmente, existia. E o mais legal: ela usava um tênis laranja, uma cor, que mesmo não sabendo o motivo, lhe agradava bastante. Além do mais, de todo esse conjunto existencial e colorido, ela tinha algo realmente fantástico, que a distinguia de todas as outras: uma baita de uma franja sob os olhos.

Provavelmente, essa será a mais nítida lembrança que Guevení terá de dela: um tênis laranja e uma franja mais bela que ele já viu em alguém, bem penteada por sinal. No momento em que nosso querido Guevení descobriu a existência de sua Dulcinéia Del Toboso, Fantisi, ele acreditou que poderia impulsionar a vida dela, assim como ela, estabelecendo uma reciprocidade, faria o mesmo para impulsionar a sua. Afinal, não seria isso que um homem e uma mulher faziam um pelo outro?

Pois bem, como se percebe, Guevení acreditava na frase de Goethe: "O eterno feminino nos impulsiona para frente." Ou seja, quando ele estivesse diante duma mulher, no seu subconsciente, ele deveria pensar "sei que é bonita, talvez não esteja me mostrando isso agora, mas eu a convidarei para entrar em minha vida. Porque eu sinto e enxergo que nela existe o eterno feminino, então, só me resta acredita que ela me mostre isso." Deixemos claro que o bonita dito antes, não remete apenas à beleza, mas também, a todo àquele charme, simpatia, atenção, carisma e, por fim, aconchego que todas as mulheres possuem de uma maneira tão singular. Ora, já estava na hora de Guevení aprender que o importante não é entender, mas sim como amar uma mulher. Isso, com certeza, valeria para toda a sua vida. Já era tempo dele compreender que se convidar uma mulher para lhe mostrar o quanto ela é bonita, ela fará isso na sua presença. E Fantisi. Bem, Fantasi é muito bonita, aliás, é linda. Ela tem um sorriso gostoso, tem um rostinho simpático e um charme profundo. Sabe escolher uma exceção só com o olhar, só com um trocar de frases, somente com um emprestar de apostila. Fantisi claramente possue o eterno feminino. Estava evidente o quanto ela é acochegante, o quanto ela emana algo de bom, o quanto ela tem uma essência de pensamentos bons e uma centelha de sentimentos carinhosos muito especial para com todos à sua volta.

Infelizmente, ela se queixava da sua estatura. Sentia-se baixinha. Entretanto, Guevení achava que ela tinha a altura certa para um beijo perfeito de cinema hollywoodiano, pois Guevení era um pouco mais alto que ela, nada que um salto não resolvesse, ou um belo banco de praça sustentasse. Diz a lenda que Fantisi era a garota mais sexy do mundo ao lamber seus próprios dedos melados de doritos (Só um adendo: ri muito enquanto escrevia a parte do Doritos), enquanto prestava atenção na aula que lhe daria suporte para conseguir realizar seus sonhos. E desses, tinha-os aos montes.

Fantisi, tinha a capacidade de mudar o dia, e mais, ela era capaz ainda das infinitas diversas simplicidades. Tais como uma simples caminhada, uma conversa legal enquanto se espera um ônibus, ou, até mesmo, um recusar de sucrilhos num dia de domingo. Guevení a admirava por seu gostar pelo mar. Ela gostava dele por causa da sua simplicidade de trazer tranquilidade com suas ondas. Ela ficava tentando aprender como era ensinado manter um estado de graça só com areias, conchas, maresia e bons ventos com céus estrelados. Ela queria aprender esse estado implacável de espírito forte e alegre que só o mar pode nos ensinar.

Assim como o mar ela poderia ser calma e feroz. Chata quando preciso, carinhosa quando estava no clima. O mar fazia parte dela. A água gelada ela jogava nas pessoas quando estas precisavam de um banho gelado, para assim, voltarem à realidade, seja lá onde estivessem. A água, esquentada pelo sol, ela usava para esquentar os corações de quem ela gostava. O sol do mar era dela. O nascer e pôr do sol no horizonte também o eram. As conchas: o argonauta, as duas auroras, a concha pera, tudo era dela. Cada Grão, cada lembrança vivida pelas mais diferentes pessoas que passavam por ali era dela, tudo dela. Mar e Fantisi eram o que chamamos de perfeita simetria. As ondas, o vento no seu cabelo, o gosto de sal na boca é para isso que ela vivia. Certamente Guevení tem muita sorte de ter alguém desse jeito em sua vida: uma garota cheia de acochego e parecida com o mar.

Até aí tudo bem, mas como ele soube o nome dela? Para assim entrar na sua vida.

De acordo com as mais variantes percepções, Guevení sempre prestava atenção em Fantisi e ele, doido para saber qual seria o nome daquela garota da franja sob os olhos, acabou percebendo um simples, e singelo, nome em um colar que a mesma usava. E lá estava o nome Fantisi, bem estampado, para ele ver com seus próprios olhos. Ele, agradeceu aos céus e joalheiros, camêlos, enfim, às pessoas responsáveis por essa arte de escrever por meio de jóias. Certamente, o trabalho desses caras deveria ser reconhecido e mais, deveria ser aclamado, pois somente com eles se descobrem o nome das garotas que serão, eventualmente, chamadas de "amor à primeira vista". É óbvio que amor assim não existe. Oras, com tantos ceguetas pelo mundo sempre ficará um sem ver os colares com os nomes de suas respectivas garotas. Pois, de acordo com uma logística visual, é simples: é apenas uma questão de boa vista e não de sentimentos, como muito se pensa. 

Além do mais, o desafio não é apenas de enxergar colares, mas também de se libertar do negativismo de que jamais encontraremos um amor. Devemos começar a enxergar que nada mais é do que nossa própria vontade do nada e que uma vez tendo dito sim ao instante, a uma afirmação. Toda ela explode numa cadeia de afirmações que não conhece limites. Porque dizer sim a um instante é dizer sim a toda a existência. Guevení e Fantisi disseram sim ao seu instante, disseram sim à toda sua existência .

Disseram sim a esse texto. Sendo ele repleto de coisas boas e pensamentos bons e feito com muita dedicação e carinho, lembraram-se, que a vantagem de conhecer os outros é que você poderiam se conhecer cada um à sua maneira. E com Fantisi: Guevení se conheceu bastante. Logo, se futuramente perguntarem o que Guevení fez para ter Fantisi, caso algum dia ele a tenha, ele dirá: nada demais, tive apenas que escrever um texto. E, se os inuméros pretendentes à casamentos perguntarem o por quê de Fantisi ter escolhido Guevení, ela responderá: só tive que ler um texto. No mais, eles se gostam. Muito. E viveram felizes para sempre.


Prentice Geovanni





(*) Encontrei esse texto perdido entre uns rascunhos meus. Organizei e postei aqui.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Para o Garoto do Maior Pedaço de Bolo.

Artur e Eu, produtores musicais.
A primeira vez que vi Artur Carneiro foi na famosa (e única, por ser especial) locadora de vídeos-game do Zé Carlos. Era noite, eu e João Paulo, um outro amigo nosso que jogava jogos de RPGs comigo nas mais diversas locadoras da cidade - sempre em busca do local mais barato, para assim, aumentarmos o rendimentos do nossos jogos - ao entrarmos nos domínios do Zé, acabamos vendo um garoto sentado e jogando futebol. Ele e Zé tinham uma relação engraçada, pois ambos ficavam se pabulando (ou competindo) de jogarem as melhores partidas dos jogos de futebol. Enfim, acabei não dando muita atenção aos dois e fiquei ao lado de João Paulo, provavelmente jogando Lunar 2, ou um Final Fantasy IX. Nunca gostei de futebol. Assisto o da seleção porque quando tem jogo sempre estou acompanhado por alguém que gosta. Incrível isso. Mas, voltemos ao Carneiro.

Passou-se uma semana, ou um dia, eu não lembro, entretanto, uma das primeiras pessoas que vejo na classe onde eu fui estudar e fazer meu primeiro ano do ensino médio, no famigerado IESC, quem eu vejo? O famoso "Carneirinho", assim o chamavam as meninas. "O carneirinho das montanhas", dizia uma delas, muito bonita por sinal. E eu sem entender, me perguntava: que danado ele tem de carneiro? Mais tarde descobri que era o seu sobrenome. Carneiro. Artur Carneiro.

Lembro também que nesse ano cheguei atrasado e acabei sentando lá atrás, logo: acabei sendo da turma do fundão. Nunca tinha participado de uma turma do fundão, porém eu sempre admirava os integrantes dela. Bem, naquele momento essa mesma turma seria composta por três garotos fanfarrões: Aldir, peça boa, um dos integrantes do Refúgio, aliás isso tudo foi ideia dele. Inajá, sem comentários. E eu. Hélio, "o véio", um dos maiores professores de matemática que já tive, nos nomeou de: os cozinheiros. The cooks, para quem acha inglês mais maneiro. No início éramos três, depois viramos uma legião. Essa legião nasceu no segundo ano. Todavia, essa é outra história.

Então, qual o por quê de contar tudo isso aqui? É justamente para você perceber o quanto duas pessoas tão diferentes (Você, com seu futebol, conhecido por seu jeito resenheiro, com muitos amigos, com cada gata ao teu lado. E eu, um cozinheiro.) podem se tornar grandes, melhores, amigos. Foi daí, que comecei prestar atenção em você. Nas suas atitudes. No jeito que você tomava um problema e o resolvia. Dia desses descobri que eu não era o único que fazia isso. Perceba, veja bem, o grau de sua importância para todos os que estão te acompanhando nessa vida, sim, tão boa e repleta de sonhos a serem cumpridos.

João Paulo e Artur: Cajá e Mangaba.
Grande Artur, foi um longo caminho ate aqui. E mais longo é o caminho que nos espera. Ao lado, mesmo que distante por uns momentos, de nossos amigos, temos uma grande história para contar. Galileu, Daniel, Marcus (vigia), Magnun (muito massa morar com ele, pense num otimismo), Igor ( o Nathan, daqui do blog), João Paulo, Mikhail, Fabinho, Gonzaga e tantos outros, sempre te admiraram e sempre lembram de você em todos os momentos em que estamos juntos, reunidos e mangando da vida. Estou dizendo que mesmo ausente, você se faz presente. Poucas pessoas são capazes dessa arte, não acha?

Não sei como, mas foi como se fosse para ser. Nós acabamos apresentando uma sintonia bacana. Estudamos juntos, montamos um grupo de estudos: eu, tu, Magnun e Edkleber (esse sumiu, mas ele aparece lá em casa de vez em quando). Resenhamos muito lá na locadora. Conversamos mais ainda, sob a luz daquele poste em frente da tua casa, sobre como e o que faríamos para continuar sempre indo em frente, escolhendo sejam quais forem nossas escolhas, certas ou erradas. Tocamos violão, farreamos muito naquelas festas épicas de fim de ano. (Uma bem legal foi aquela que João Paulo saiu perguntando se tínhamos uma caneta para anotar o número de uma garota da festa. Não tenho a mínima ideia, mas ele conseguiu a bendita caneta, não sei com quem, mas conseguiu. Fico imaginando como seria o camarada que emprestou a caneta a ele. “Ah, eu estou aqui no meio de uma festa, bêbaço, mas tenho essa caneta aqui. Tome. E use-a para o bem. Use-a para pegar o telefone das boyzinhas”) Rimos de muitas coisas e enxergamos além, muito além de nós  mesmos. 


Lembro, quando eu estava triste "pra caralho", e lá na mesa que nós estudávamos, você estava sentado, me esperando e disse, bem sério: Senta aí. Jamais se esqueça disso: Temos que ficar mais preparados. Há pessoas, lá na frente da sua vida, que você ainda nem conheceu, mas irá conhecer, que precisará de você. Por isso, seja forte. Evolua. Para assim, ajudá-las futuramente. Ajudar quem você ama e quem você amará.

Rapaz, até hoje não me esqueci dessas palavras. Espero que sirvam para cada um que leia esse texto. Espero que cada um leve consigo essas palavras. Suas palavras. Palavras fortes e de grande poder. Claro, que houve muitos outros conselhos. Significantes, até. Mas esse, caro amigo. Talvez foi o maior de todos.  No mais, espero que também sigas tuas palavras. No mais, te desejo os maiores parabéns e as maiores felicidades.

Artur e o Primeiro Pulo do Ano da Foto.

***

Era noite de estudo. Dia do meu aniversário. Ano de vestibular.  Eu, Artur e Magnun estávamos estudando. Quando chega minha irmã com um bolo na mesa. Todo mundo se anima. Eu, o mais animado e o mais faminto, aguardado ansiosamente pelo meu pedaço de bolo. Minha irmã, com toda calma, tira o pedaço de Magnun. Razoavelmente grande. Tira o pedaço de Artur. Bem grandão. Por último, como eles disseram, seria o meu pedaço. Minha irmã, com sua habilidade de fazer presepada, tira um pedaço bem pequeninho. Eu olho o meu pedaço e olho para os de Magnun e Artur e digo: Pow, o aniversariante sou eu. Num são os caras não. (Muitos risos depois)

Hoje o aniversariante é tu. Que continues com toda essa maturidade que adquiriste por aí, pela vida, com o teu jeito e teu carisma. Vamos em frente. Com as pessoas que nos ajudam  a construir nossa história, nossas virtudes, nosso mais íntimo Eu interior. Vamos em busca do crescer e da felicidade. Sempre.

Prentice Geovanni
 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sobre Melancias, Mudanças e Presença.

“Na maioria das vezes (se não, quase sempre) nos enxergamos como pessoas com um enorme sucesso na vida e no trabalho que escolheremos. Paramos, sentamos, e, visualizamos a rota que seguiremos para alcançar nossos objetivos. Entretanto, isso não é suficiente. Pelo menos é isso que estou descobrindo nesses tais (meus) singelos momentos de solidão, concepção e probabilidade.

Talvez a questão primordial, aquela que toda pessoa se pergunta em algum momento da vida, seja esta: "E aí?". Isso mesmo, a pergunta é simples. Porém, a resposta não. Foi então que sentei de frente para aquele Sorriso de Melancia e soltei um desses "e aí?" primordiais. Ela, primordialmente, respondeu-me: 'E aí quem diz é você, meu caro, Pê'.

Como cheguei ali, naquela lugar, com ela, provavelmente ninguém acreditaria. Por isso, irei poupá-los da prolixidade do ambiente e da situação. Todavia, posso dizer-lhes que se um dos integrantes do Refúgio não tivesse ligado para mim naquele dia e não me convencesse a encontrá-lo para colocar nossas conversas em dia, certamente, eu nunca estaria diante dela e jamais ouviria daquela boca seus conselhos mais vivos e cheios de bons presságios.” 


***
Seria assim que eu iniciaria seu próximo texto. Entretanto, como hoje é um dia especial, minha cara, vou fazer diferente. Nada de fatos cotidianos, mas sim, de boas lembranças. Quero fazer um texto bonito. Um texto em que te mostrasse o quanto você é importante para mim. Ok, dito isso. Comecemos pelo o porquê de eu ter me aproximado de ti.

Melancia, nunca me aproximei de ti por interesse. Juro. Prometo. Jamais fui com intenção de te conquistar, de tentar alguma coisa contigo. É certo, você chama atenção. É linda de uma maneira tão singular que nem adianta eu tentar empregar as mais belas metáforas que conheço. É, eu sei. Nunca te disse o quanto eu te acho linda. Mas, agora, isso não vem ao caso. O que eu estou tentando dizer aqui é que... Eu apenas, como se fosse pra ser, te procurei e te encontrei. Não fui por beleza. Não fui por necessidade. Não fui por solidão. Na verdade, fui pelo simples fato de ir. E, ao chegar em você, encontrei uma das pessoas mais carismática e de um extrema singularidade que já conheci. Fiquei vidrado na tua simpatia, no teu jeito de ser, no teu manejar com as palavras, no teu dizer com as mensagens. Fiquei abismado com sua existência.

Aos poucos fomos nos conhecendo. Aos poucos você foi crescendo dentro de mim. Aos poucos, sabe, eu fui me sentindo especial quando falava contigo ou quando sentia sua presença. Me dava uma confiança danada, entende? Foi quando aquele garotinho que sempre se queixou de ter perdido o pai precocemente e de trazer sempre um discurso de ser médico, encontrou uma garotinha de um sorriso bonito, que estava sempre ali, lhe apoiando e ouvindo seus discursos, muitas vezes felizes, muitas vezes tristes.

Acho que você não tem ideia do quanto foi bom ter te conhecido. O quanto foi bom ter feito correspondências contigo. Deixa eu te contar uma coisa, certo? Lá vai. Sempre esperei por horas no Messenger para você entrar por alguns minutos e dizer como foi seu dia e me dizer as boas velhas frases de apoio que só você, de acordo com a situação que eu me encontrava, saberia dizer. E depois, num instante, saías assim como chegastes: rapidamente.

Tão rápido que o tempo passou. Tão rápido que aos poucos você foi fazendo parte dos meus conceitos. De minhas medidas, de meus sonhos, de minhas boas lembranças. Tão rápido que eu digo: Veja o quanto você já percorreu e o quanto falta para percorrer. Veja o quanto sua vida mudou e o quanto ela mudará. Quero te ver feliz. Muito feliz. Lembre-se: não te vejo de maneira alguma sem saber o que é a felicidade.

E foi por pensar em ser feliz que sempre pensei em um dia sair contigo. Quem sabe eu poderia te levar pra almoçar, pra sair, pra se divertir? Minha amiga, quando eu consegui fazer tudo isso, sabe o quão é maravilhoso realizar um sonho? Foi mais ou menos o que eu senti. Ter chegado aonde eu quis. Naquele lugar. Ao teu lado. Na tua presença. Fico tão feliz que tenhas encontrado teu caminho, tuas metas, teus desejos, teus sonhos, tuas ambições. Fico muito satisfeito de ver o quanto adquiristes sabedoria, força de vontade e mais aventuras para sempre seguir em frente. Obrigado, por sempre me escutar. Por sempre estar com um guarda chuva quando chove. Por estar com um casaco para me aquecer quando está nevando. Por estar atenta para me ouvir. Por estar com os lápis para colorir minhas pinturas. Por estar em cada estrela que vejo brilhar no céu azul escuro da noite. Obrigado. Por estar. Sempre.
***

A pessoa certa é a que está ao seu lado nos momentos incertos. 
Pablo Neruda 

Prentice Geovanni

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Serif e a Casa.

Olá. Tudo bem? Meu nome é Serif. Porém, prefiro que me chamem de Mr. Serif, pois além do mister passar uma ideia de senhor, passa também um toque de maturidade e velhice, é claro. Meu objetivo aqui é simples. É apenas dizer que ultimamente tenho tido sonhos com você. É, de vez em quando tenho sonhando contigo por algumas noites. Mas é só isso. Sonhos e nada mais.

Quer saber como era meu sonho? Sim? Está certo. Contarei. Era numa casa. Uma casa grande. Não muito grande, obviamente. Digamos que era grande o suficiente para uma família feliz. Nela havia cerâmica cobrindo o chão num estilo antigo. Você estava com minha família. Precisamente? Bem, precisamente, você estava limpando toda a casa com eles, meus familiares. Não tenho ideia de como todos vocês se conheciam, mas estavam em uma perfeita sincronia no arrumar, no detalhar de cada posição, de como os móveis ficariam pela casa. O interessante é que nessa casa havia também meus parentes que já se foram. Logo, tira-se por aí, que era um sonho bem maluco, não é? Não? Certo. Enfim, eu não estava nessa casa. Então, como eu sei de que todos estavam juntos sem eu estar presente? Hum... deve ser coisa de sonho mesmo. É, eu não entendo. Gostaria de entender e de estar sim, com todos vocês. Principalmente porque todos que eu gosto estavam lá. Inclusive você, oras. Entretanto, eu não estava. Eu vinha.

Vinha de onde? Provavelmente de longe, eu acho. Lembro, vagamente, que eu tinha que encontrar algumas pessoas no percurso do caminho para essa casa, tipo para poder entrar nela, entende? Sim? Você deve pensar que era algum tipo de peregrinação que eu deveria estar passando, mas não era. Eu acho que... era só um caminho que eu tinha que seguir. Um caminho cheio de etapas, de risos, de tristezas. Com certeza era um caminho bem diversificado de sentimentos puramente humanos. Era mais ou menos como uma vida. Uma vida inteira para chegar até vocês. Para chegar até você. E, o mais legal, se é que há um lado legal nisso tudo, vocês estavam se preparando para minha chegada. Aliás, meus parentes estavam. Pois, quando finalmente eu cheguei, você vinha saído da casa. Veio com um abraço, disse coisas bonitas no meu ouvido e simplesmente foi embora.

Agora, diga-me, como eu poderia entrar numa casa que não estivesse você lá dentro, esperando por mim? Foi aí que eu acordei. Justamente quando eu ia te procurar. Foi aí que eu tentei dormir de novo. Justamente para tentar continuar a te procurar...

Bem, foi isso.

Prentice Geovanni