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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Benefício da Dúvida.

A cada contínuo e imprevisível passo que dou, mesmo sendo passos repetitivos como no caso de uma “simples” caminhada na qual já saibamos todo itinerário que irá transcorrer em nossa cabeça, seja por um fator consciente ou inconsciente, ainda assim, não só nosso caminhar, mas, como toda e qualquer ação a qual viemos a fazer, estaremos sujeita a uma coisa: a incerteza.

Hoje escrevo estas linhas, meu cérebro funciona perfeitamente bem: falo, choro, dou risadas, entretanto, nesse perfeito funcionamento cerebral, uma pergunta simples poderá surgir em meio a toda complexidade da nossa existência como indivíduos: Até quando!?

Por isso devemos pensar, e muito, na maneira como estamos agindo neste mundo.

Neste exato momento em que passamos a ler estas palavras, trato como “neste mundo”, pois, até nos dias atuais, não se tem notícia de que alguém após a morte voltou para contar como é, no entanto, isso não tira o mérito da discussão em que particularmente acho proveitoso em outra oportunidade discorrer sobre tal.

Meus caros, insisto na reflexão de nossos atos, seja para nós mesmos, ou a terceiros. Compreendamos: a vivência que temos por mais pouco que venha ser, não nos limita, e muito menos, nos coloca em numa posição inferior daqueles que já viveram bastante tempo.

Na maioria das vezes, nossas ações se reportam a uma postura baseada na troca de favores, por sua vez, gerando uma questão, a qual será discutida a partir deste momento, sendo justamente esta, o benefício. 


Nesta estrada que sigo, numa persistência flamejante, observei em boa parte dos meus semelhantes à triste vocação de “dar com uma mão e receber com a outra”. Tem sido assim desde os primórdios, desde quando o homem começou a constituir valores sociais, éticos, e culturais.

Percebam: no instante em que esses seres, os quais se utilizavam de ossos de animais e pedras lascadas como instrumentos de caça, começaram a criar a capacidade de raciocinarem, suas ações vieram consigo, contudo, seus valores não vieram simultaneamente! Pois, pensando um pouco com o filósofo Platão, nós já temos algum indicio das idéias reais em nossa personalidade.

É notória nos dias atuais, a percepção de observar alguém fazendo uma determinada ação em troca de uma recompensa - às vezes, não importando qual seja a recompensa, desde que haja esta troca. Por exemplo, imaginemos que os seres humanos agora fossem animais, e estes estariam em uma aula de adestramento: “senta cãozinho que te darei uma ‘carninha’, bem deliciosa, a qual você ficará viciado, e, por conseguinte, irá fazer outras coisinhas para mim. Coisas simples, como deitar, rolar, e tudo mais. Claro, farás primeiro esses comandos, depois em troca lhe darei a ‘carninha’ suculenta”. Neste caso, todos estariam submetidos a um determinado vício, entendido aqui, como um infeliz estado de dependência psicológica de suas tristes ações. 


Existe um famoso ditado: “nem tudo são flores”, em algum momento da vida um determinado indivíduo dará de cara com outro que não irá lhe retribuir, seja um simples favor, seja a mais complexa ação em prol de outro. Isso se resume simplesmente pelo fato de que, cada ser humano carrega em si um mundo diferente, com outros valores, outra formação social e cultural. Logo, das duas uma: ou ele será bondoso, e deste modo haverá a retribuição, ou, será ruim com os outros à sua volta, não deixando margem nem para dizer um natural “obrigado”. Porém, ainda poderá restar uma possibilidade remota em que ele permanecerá na mesma, quieto, sem ação – será inusitado, entretanto nunca impossível, álias, nada é impossível desde que tenhamos amor (1 Coríntios, 13, 1-8). 

Diante dessas considerações não será válido pensarmos que devemos ser menos tolerantes a certos valores? Mesmo, posto que, estes estejam “enraizados” em nossa cultura? Ou não seria melhor manter tais valores? E, que tal aperfeiçoá-los? Torná-los mais adequados ao modo de vida do tempo presente? Ou ainda, será melhor o benefício da dúvida entre estes levantamentos? 

Para, desse modo, alguns permanecerem na dúvida. E, outros procurarem pela verdade. Se esta existir, é claro.



João Paulo


2 comentários:

  1. Preciso Urgente da camisa do Bathymam. JAMPA ME MANDA PORRA.

    APARECE
    VOU LONGE

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  2. O futuro é majestosamente incerto, duvidoso. Ainda bem que assim o é. Do contrário, nossa vida seria um romance chatíssimo ou um filme cujo final todo o mundo já sabia. O mundo gira, amigo. As coisas mudam. Dúvida nisso não há. Mas se o galo que canta hoje no calinheiro amanhã vai para a panela, isso, não se sabe. Só o uno radiante que a tudo controla em seu suave mistério.

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