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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sobre "Tanto faz", Vestibulares e Válvulas.

“Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar de remar também. Caio Fernando Abreu”.

Lembremo-nos: Devemos ter força e força de vontade para obter nossos sonhos.

"Um sonho. Isso é algo que você deve fazer para si mesmo, e não para os outros. Algum sonho para governar o mundo, algum só para viver com uma espada. Se você apostar com a sua vida em um sonho, como um redemoinho de vento, aquele sonho vai engolir o sonho dos outros. Não é sobre status ou como você nasceu, ou ainda se está dentro da realidade dos homens, continua sendo um sonho.

Um sonho pode dar suporte a você, ele pode matar ou te atormentar, mas se você abandonar um sonho, omitindo o seu coração, isso é suicido. Todo homem, por toda a sua vida, deveria por um pouco de esperança por uma vida que ele pode sacrificar para o deus dos sonhos...

A vida daquele que procura só viver outro dia é inaceitável."
- Berserk, volume 6.

A questão agora é minha amiga: Você quer enquadrar outras pessoas em seu sonho? É uma responsabilidade enorme, porém, mesmo sabendo dos riscos, posso ser sua espada quando precisares de minha ajuda. Use-me como bem entender para enfrentar seus obstáculos e batalhas. Estarei aqui, ao seu lado, aguardando suas ordens.

Sabes muito bem que és uma garota única, tudo que fazes, planeja dar certo. Na vida de quem estais presente, se tornas inesquecível. Teu modo de sorrir, de brincar, de dar bronca fascina-me de uma maneira bem singular.

Temos uma sintonia esplêndida. Sentimos o mundo à nossa maneira, brincamos um com outro em busca de coisas simples, como por exemplo, receber um "tanto faz", tomar um sorvete, ou ainda, bater palmas para acender lâmpadas – é eu não me esqueci, seu prédio tem dessas regalias.

Adoro quando me escutas quando preciso desabafar, contando meus problemas para ti me sinto bem mais próximo de te entender. Conselhos e risadas iguais aos seus é difícil de encontrar, afinal, experiência em curar certas mazelas da alma, como solidão, carência e baixa auto-estima, é contigo mesmo. Debatemos um contra o outro os mesmos livros, escutamos muitas vezes as mesmas músicas, conversamos no mesmo patamar de igualdade. É o que possuímos de mais significativo, procuremos zelar por essa relação.

Entretanto, raramente me contas sobre seus problemas, talvez seja porque eu precise mais de ti do que você de mim. Ou apenas, não gostes de mostrar suas fraquezas. O interessante é que esse é o teu jeito. E isso é o que te torna especial: o seu modo de agir, de falar e de sorrir. Tudo isso demonstra o quanto és linda. Deixo claro, que beleza não é necessariamente tudo, afinal, o belo é relativo, depende do gostar e afinidade de cada um. Saiba minha amiga, que 'há dois tipos de beleza: o que já é bonito por natureza e o que se torna belo por ser simples e prático.' Tu se enquadras nos dois tipos.

Feito isso falemos do que interessa.

Primeiramente, vestibular é uma droga. Eu e a senhorita já sabemos bem disso. Nossas falhas são foda. E o pior (ou melhor) é que somente nos podemos consertá-las.

Cada um descobre à sua maneira o que deve ser feito. O que devemos moldar na nossa sensibilidade e maneira de ver uma prova. Teremos amigos que nos indicaram o que está errado, mas o trabalho árduo e só quem é capaz de fazer somos nós mesmos.

As decisões, as escolhas, serão feitas por nosso eu interior. Nisso, sabemos, é melhor que ninguém intervenha. Eu não gostaria quem viessem entrar no meu consciente e fazer dele o que bem entender. É aqui que entra a questão da amizade, amigos nos faz ficar reflexivos. Eles muitas vezes nos mostram de onde viemos e para onde estamos indo. Como eles sabem isso? É simples, a partir de nossas atitudes diante da vida. Afinal, se são amigos eles saberão de perto pelo o que estamos passando.

Infelizmente e felizmente, vivemos num mundo competitivo em que se importar com o próximo seria uma enorme perda de tempo. Mas, o lado bom disso, é que a partir dessa competição obteremos resultados positivos, é nessa bendita hora que temos o poder de impressionar a nós mesmos e os que estão à nossa volta, inclusive quando não obtemos os resultados que estabelecemos, como por exemplo, não está na lista dos aprovados do vestibular.


Minha cara, geralmente quando o nosso nome não está entre os aprovados, costumamos dizer que a vida é uma droga. Peste (eu e você), a vida não é uma droga. Fazer vestibular é que é uma droga. Toma o tempo do cara, deixa a pessoa gorda, careca e de mau humor. Todos cobram de você e te desejam toda sorte do mundo. Alguns são sinceros, outros não. Queixamo-nos de que nada está bom, sempre nos cobrando demais, e com razão. Afinal, são tempo e dinheiro investidos na gente! E pior é tudo, depois de passado o ano, é ainda não passar. Como disse um grande amigo meu quando reprovei “Chega o cara saliva amargo não é, Prentice?”.

Sei que sabes diferenciar a vida do vestibular, porém, às vezes, esquecemos disso...

E falando em reprovação, não só nas provas da UFRN, mas também, em qualquer exame, é nessa hora que surge a oportunidade de moldar nossa mentalidade. Moldá-la de maneira consciente é um exercício ótimo para sabermos discernir qual o melhor caminho a ser trilhado por nós mesmos. Desenvolvendo essa mentalidade de “evoluir conscientemente, a partir de uma reprovação” é uma forma de crescermos e nos tornar melhores profissionais futuramente. Claro, não estou dizendo que saiamos por aí reprovando em tudo, e usando esse pensamento para consolo. Jamais! Só estou falando que é bom adquirir maturidade desde cedo. E sei também das infinitudes de realizar essa proeza. Afinal, somos meros humanos possuidores de sonhos e cheios de mazelas em nossa alma. E numa hora, como a de fracasso, nosso sistema límbico funciona a mil: pensamos em desistir, procuramos nos afastar, queremos nos isolar. Acusamo-nos de decepcionar quem está acompanhando nossa luta.

Olhe, eu acredito que no nosso intimo, lá no nosso ser, existe alguma válvula injetando uma dosagem de “querer descontar nossa raiva, choro, frustrações” nas pessoas que mais amamos. Essa válvula nos deixa de um modo vulnerável diante dos nossos obstáculos, ela cria uma força suporte tão grande de negatividade que pensamos que não conseguiremos mais sorrir novamente, e que viver é uma droga.

Meu bem, A vida não é uma droga. Fazer vestibular é que é uma droga... E todo aquele papo falando antes. O bom é acreditar também que existe outra válvula capaz de combater o efeito dessa outra. 

Por falar em válvulas negativas e positivas, achei esse texto de Einstein numa comunidade no Orkut, e acho que, provavelmente, deveríamos perder esse conceito de dualidade de transformar tudo em duas verdades. De certo modo, procurarmos dividir nossa forma de ser em “ausências”, como por exemplo, procurar o que está em falta em nós e tentar preencher essa "falta". Saber que o mundo não é dividido entre passados e reprovados, mas sim, em “os que perseveraram” e “os que perseverarão”. Com esse texto, saibamos atribuir conceitos simples, mas por muitas vezes difíceis de notar. Vamos ao texto:

“Alemanha – Inicio do século XX, durante uma conferência com vários universitários, um professor da Universidade de Berlim desafiou seus alunos com esta pergunta:

Deus criou tudo o que existe?

Um aluno respondeu com grande certeza:

-Sim, Ele criou!

-Deus criou tudo? Perguntou novamente o professor.

-Sim senhor, respondeu o jovem.

O professor indagou:

-Se Deus criou tudo, então Deus fez o mal? Pois o mal existe, e partindo do preceito de que nossas obras são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau?

O jovem ficou calado diante de tal resposta e o professor, feliz, se regozijava de ter provado mais uma vez que a fé era uma perda de tempo. Outro estudante levantou a mão e disse:
-Posso fazer uma pergunta, professor?

-Lógico, foi a resposta do professor.

O jovem ficou de pé e perguntou:

-Professor, o frio existe?

-Que pergunta é essa? Lógico que existe, ou por acaso você nunca sentiu frio?

Com uma certa imponência rapaz respondeu:

-De fato, senhor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é a ausência de calor. Todo corpo ou objeto é suscetível de estudo quando possui ou transmite energia, o calor é o que faz com que este corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Nós criamos essa definição para descrever como nos sentimos se não temos calor.

-E, existe a escuridão? Continuou o estudante.

O professor respondeu temendo a continuação do estudante: Existe!

O estudante respondeu:

-Novamente comete um erro, senhor, a escuridão também não existe. A escuridão na realidade é a ausência de luz. A luz pode-se estudar, a escuridão não! Até existe o prisma de Nichols para decompor a luz branca nas várias cores de que está composta, com suas diferentes longitudes de ondas. A escuridão não!

Continuou:

-Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde termina o raio de luz.

Como pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não é assim?! Escuridão é uma definição que o homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz presente.

Finalmente, o jovem perguntou ao professor:

-Senhor, o mal existe?

Certo de que para esta questão o aluno não teria explicação, professor respondeu:

-Claro que sim! Lógico que existe. Como disse desde o começo, vemos estupros, crimes e violência no mundo todo, essas coisas são do mal!

Com um sorriso no rosto o estudante respondeu:

-O mal não existe, senhor, pelo menos não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência do bem, é o mesmo dos casos anteriores, o mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a fé ou como o amor, que existem como existem o calor e a luz. O mal é o resultado da humanidade não ter Deus presente em seus corações. É como acontece com o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz.

Por volta dos anos 1900, este jovem foi aplaudido de pé, e o professor apenas balançou a cabeça permanecendo calado… Imediatamente o diretor dirigiu-se àquele jovem e perguntou qual era seu nome?

E ele respondeu:

Albert Einstein, senhor!”
Certamente, há uma hora para cada válvula ser usada. E essa é a hora de usar a válvula da negatividade, oras! Batalhaste o ano inteiro! Claro que mereces uma vaga como qualquer outro, e não é uma prova que vai medir teu conhecimento, quem medirá isso são seus amigos, família, enfim, as pessoas ao teu redor. Quem somente mede isso é tu, minha amiga, somente você. Claro que precisamos de testes de provas. É necessário para avaliarmos se estamos manejando os assuntos. Mas lembremos que aplicar o conhecimento do assunto aprendido não tem comparação... Sei muito bem que tens noção do que falta aprender. Disso não tenho dúvida. Vestibular é apenas um teste em que concentração, preparação e serenidade que devem estar na dose certa.

Lembre-se: “Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez. Caio Fernando Abreu.”

Terá uma hora que deves fechar a hora a válvula da negatividade. Aí a confiança irá surgir, começaremos a enxergar que podemos tentar mais uma vez. E o valor de ter exemplos para serem seguidos. Aperfeiçoaremos a habilidade de ouvir melhor o que nossos professores têm a dizer:

“Discursar é uma arte. A prova discursiva da UFRN é uma obra prima. Devemos ter cuidado com o que a questão está pedindo: primeiro olhe sobre o que é. Depois enxergue os conteúdos que estão sendo cobrados, feito isso, lembre do programa a serem cobrados no manual do candidato. Muita calma ao escrever, sua resposta deve está na medida certa. É como andar na corda bamba. Alguns põem coisas demais, aprofundando o assunto e deixando muito complicado, outros já são simples demais, mostrando, talvez que saibam pouco sobre determinado assunto.

Biologia é sempre difícil não importa o quanto você estude, sempre há uma surpresa. Física é tudo baseado em leis e princípios. Saber física é diferente de saber matemática, esta é apenas uma ferramenta da primeira. Química parece fácil de início, mas depois você ver que está completamente errado em relação a isso. Na redação faz-se necessário possuir uma boa analise critica e ser impecável em gramática. Afinal, argumento bom é: argumento sem ser baseado no senso-comum.”.


É companheira. Sei muito bem como é difícil religar essa válvula da (confiança) positividade. Não foi fácil pra mim, assim como também, não está sendo para você. Procuremos saber manejar essas benditas válvulas nesse novo ano. O segredo é deixar a coisa divertida. Não o vestibular. (Repito novamente, só para deixar bem claro, VESTIBULAR É UMA DROGA.). Mas, sim a forma de interligarmos as coisas. Lembremos que não é o fim de mundo se não passarmos, e sim, um conhecimento e maturidade adquiridos. Desde já, saudades suas. Venha embora, pegar suas coisas.

"Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo" - José Saramago 



Prentice Geovanni


3 comentários:

  1. depois que li esse texto, uma coisa ficou: que você já sabe o que fazer e como ser feito para passar no vestibular; conhece bem os desafios que te aguardam em toda sua extensão, praticamente sem surpresas.
    perceba como você já avançou muito e que agora pouco te separa da universidade, só te resta um último detalhe: a aplicação da teoria na rotina de estudos.
    embora este último passo seja o mais árduo, não desista, não desanime! lembre-se que a garra e a perseverança para seguir em frente também são questão de escolha.

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  2. Valeu Guga. =D
    A aplicação da teoria na rotina de estudos.
    Vou fazer isso.

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  3. Adoorei. Achei legal como o texto interage e deixa suas reflexões. É um texto de ler e reler. :D

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