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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Clareiras Indomáveis.



As clareiras que ficaram
São espaços obscuros
Eu já nem sei o que é certo ou errado
Presente, passado ou futuro.
Os sentimentos que acabaram
Me deixaram pelo escuro
Os tempos todos dessa vida viajaram
Fiquei aqui, me chocando nesse muro.

Se os dias não querem mais passar
As noites acompanham o seu ritmo
Tenho, muito, tentado me controlar
Procurar, encontrar um viver legítimo.

As coisas acontecem quando é tempo
Preciso mesmo é esperar a hora certa
Segundos que caminham iguais aos anos
Ver se tenho como achar uma porta aberta.

As virtudes nem sempre são tão precisas
Os defeitos quase sempre são perdoados
O anormal propõe ações indecisas
Mas eu prefiro o oposto, o menos esperado.


Talvez por isso é que tudo seja árduo
E eu me sinta mais pesado, mais intruso
O único errado, o que não é unânime
Que se expressa de um modo bem confuso.


Mas, o meu mundo interno é secreto
Nem sempre aparento o que tenho em mim
Lamentos passam, tudo passa, a vida passa
Tenho muito o que fazer antes do fim.





Cassildo Souza



Um comentário:

  1. Perfeito dentro de nossa imperfeição. Humanamente poético e intenso. Pérola de poesia. E digo-lhe: não tenha medos. Medo de que ou de quem? Do ser humano(?), seu semelhante, que nem sabe ler e viver a vida que é romântica como a morte e alegre como o explodir da fertilidade desse mundo bonito chamado: Terra. Seja você, haja como você e viva por você. Onde houver luz e sinceridade, haverá sucesso pessoal.

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