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domingo, 3 de abril de 2011

Happy Birthday, Guadalupe!

Sinto enormes saudades de vocês, sabiam? Às vezes, para mim, parece que foi ontem que nos falamos e sorrimos um para o outro. Deixem-me contar as boas novas, estou crescido e bem mais diferente desde a última que nos vimos. Adquiri muitas experiências e, dentre essas, a mais importante foi saber o quanto as pessoas são misteriosas e, ao mesmo tempo, tão simples de deixarem-se cativar.

Nelas encontrei tantas ideologias, diversos pontos de vistas, milhares de opiniões sobre tudo, e, o mais importante, a busca por um único caminho: a felicidade. Eu sei, vocês já me ensinaram a trilhar essa vereda faz tempo, e, obviamente, prepararam-me para outras bem mais complexas do que essa, só que, ultimamente não estou colocando em prática seus ensinamentos e doutrinas, e, talvez, por isso, estou um tanto surpreso e fascinando, com tudo que estou vivendo nesse momento da minha vida, mas não se preocupem, estou bem, aliás, ficarei bem.

Desculpem-me, certo? Não se chateiem, por favor. E, nem se sintam culpados diante dessa minha confissão. Ora, até porque não há motivos para ambos ficarem assim, afinal, foi vocês que me avisaram da enorme complexidade do que se é viver. Porém, sinto dizer isto, mas eu deveria ter aproveitado mais suas lições e palavras de reflexão. Somente agora, bem mais velho, bem mais surrado, bem mais vivido, vim saber o valor delas. 


Como vocês já deveriam saber, acabei tornando-me alguém brincalhão e, ao mesmo tempo, sério. É incrível o quanto seus pequenos gestos, essenciais no meu dia a dia; junto com suas grandes atitudes, diante de quem precisa de ajuda; adicionados a suas enormes confianças, para vencer os obstáculos impostos pela vida; realçados por suas sinceras sinceridades na construção de um caráter, permanecem bem guardadas no meu coração. Eles acabaram influenciando nas minhas escolhas e motivos para sempre se seguir em frente. 

Pois é, quem diria! O Prentice conhecido por vocês está um pouco mudado. Agora penso antes de agir, procuro cuidar dos que estão à minha volta, tento sustentar firmemente meus elos estabelecidos com as pessoas que gosto e amo tanto, prefiro evitar confusões e aceitar derrotas quando se é necessário, e que vencer nem sempre é ganhar de alguém ou de si mesmo. Certamente, vocês iriam estranhar ao ver-me, pois minha voz está mais grossa, estou com barba, e, finalmente, estou gostando um pouco do meu cabelo. 

Mas, deixemos de lado minha aparência, e permitam-me continuar a falar das boas notícias. Meus queridos, até que a vida por aqui está indo bem. Consegui realizar alguns dos meus objetivos: vir estudar aqui, em Natal, nos isolados que sempre tive vontade. É neles que estou construindo minhas bases para poder se destacar entre os demais. É neles que conheci pessoas de enorme respeito e admiração. É com essas pessoas que estou sorrindo no momento, é nelas que encontro refúgio e conforto para o meu presente estado de graça. E, não fiquem com pena de mim, pois, apesar das enormes dificuldades de pegar dois ônibus lotados todos os santos dias, eu agradeço fervorosamente por estar aqui, nessa cidade, crescendo cada vez mais e mais, tanto fisicamente, quanto mentalmente. 

Acreditem, cada subida em um coletivo desses é uma lição aprendida, ensinada, e repassada para a construção do meu ser. E, pasmem, estou procurando viver intensamente cada dia, cada aventura, cada aula, cada risada, cada amigo, cada ligação para casa, cada música escutada no meu celular, cada presença de quem acho importante. Morar sozinho proporcionou-me essa saudade de tudo e de todos, inclusive de vocês. 

Talvez seja essa a verdadeira finalidade desse texto: avivá-los mais ainda dentro do meu coração e mostrar o quanto estou crescido, bem acompanhado e bem decidido. Claro que não consegui isso sozinho. Meus professores, amigos, e minha família estão aí para dizer o quanto dou trabalho e sou resmungão. Sim! Quase que me esqueço. Vocês devem já estar se perguntando por elas, não é? Perdoem-me, ultimamente estou esquecido. Escutem, parem de rir, oras, todo mundo fica esquecido uma vez na vida. Olhem, prestem atenção, elas estão bem, minha mãe, minha avó e minha irmã, estão legais. Sempre apóiam-me no que for preciso, viram? Temos agora uma gatinha chamada Pepê, a coisa mais fofa do mundo, um animal de rua que por sua determinação e insistência acabou por entrar e alegrar nossas vidas, bem mais do que era antes. João Paulo e Aldir também continuam em minha vida, de vez em quando recebo um sermão de um deles. Todavia, no geral, eles estão construindo suas vidas à maneira deles, e, isso é bom, pois mostra independência e maturidade por parte de ambos. Certamente, assim como eu, eles sentem saudades de vocês também. 

Pois bem, vou ficando por aqui. As notícias prometidas foram dadas e escritas nesse texto. Saudades imensas, escutaram? Imensas! Até mais, no mundo dos meus sonhos, onde podemos nos encontrar e conversar um pouco. Afinal, desde que a morte nos separou é somente lá que posso encontrar vocês. Porém, caso eu não os encontre, sempre antes de dormir lembro de rezar para ambos. Acredito que no lugar onde vocês estiverem, seja onde for, estarão lembrando-se de mim também.


Prentice Geovanni

6 comentários:

  1. Prentice, sou seu fã!
    Você é deveras um exímio escritor! Mas, num é só por sua coerência e coesão, é também, e, principalmente, porque seu coração trabalha em uníssono com a sua mente.
    Lembro de ti quando jogava lá na Bad Game! Faz tempo! E você já era brincalhão e acima de tudo era amigo. Via você direto com João Paulo. E você soube conservar suas amizades, talvez porque amadureceu e aprendeu a lidar com elas, ou quiçá porque amadureceu através delas. De qualquer forma, te admiro por sua coragem, por sua determinação e insistência, por você ser amigo e saber viver, e também por ser meu patrão. shaushasuau.
    Grande abraço no coração! E qualquer coisa, estou aqui. Na brecha, todo o tempo! Te cuida!

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  2. Bem dito pelo nobre Igor Nathan, Prentice escreve com o coração - algo raríssimo de se ver hoje em dia, onde as pessoas escrevem com superficialidades ou temores frios de criaturas infelizes que nos dominam por dentro. Já o Prentice é diferente: sua escrita é líquida, suave ao ponto de adentrar em nossa alma como simples diálogo aberto de alguém que nos é íntimo. Sou fã de prentice também!!!!

    Lei-o com satisfação. E digo desde já (sou visionário): ele é o MAIOR escritor da cidade! Sem dúvida!

    A paz fraternal.

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  3. Eu também admiro bastante os teus textos, Diego Rocha. Você demonstra ter um enorme conhecimento e sempre é possível resgatar ou aprender algo bom quando se lê seus pensamentos. Enfim, vocês, que idealizaram o blog, são bem sérios aqui. Os textos, a qualidade do blog, e tudo mais são a prova disso. Sinto-me honrado por fazer parte do grupo. E espero sempre estar melhorando e agregando algo bom aqui. Grande abraço!

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  4. Que história é essa de que eu sou o maior escritor de santa, rapá? Ponha visionário nisso. rsrsrs... Seus textos são bem mais concisos e argumentativos que os meus, eles demonstram o grau de vivência e sabedoria vindos de vossa parte. A estrutura, a sua técnica em escrever são de fazer inveja. Seus exemplos, vocabulários e ponto de vista, certamente deixam o blog bem mais denso de conteúdo e criticidade. Fique sabendo que também o leio com satisfação meu amigo, Diego. Quem me dera escrever que nem você.

    ps: Aqui ninguém está se enobrecendo. Estou dizendo isso, caso alguém venha falar besteira. A questão primordial desses comentários é essa: fazer comentários críticos e, realmente, dizer o que se sentiu ao ler o texto publicado. Sei que vocês sentiram isso, muito obrigado, de coração pelas palavras. Acredito fielmente em vocês. Valeu Diego, valeu Igor. Muito obrigado por participarem desse Refúgio. Só tenho a agradecer a vocês dois.

    "Mesmo distantes, estaremos sob o mesmo céu."

    E vamos se encontrar sim. Combinar alguma coisa. o/

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