Sobre um pouco de Fim de ano, Páginas Douradas e Chaveiros.

Certamente esse ano cada um de nós passou por altos e baixos. Foram momentos de glória acompanhados de lembranças surpreendentes. É obvio, também, que houve decepções e obstáculos que não conseguimos ultrapassar, como por exemplo, melhorar um relacionamento, ser mais atencioso com o próximo, ou ainda, cuidar de si. Quantas palavras pronunciadas sem pensar e quantas reclamações ditas para ninguém... Lógico que se alguém escutou beleza. Se não, apenas palavras ao léu. Porém, apesar de todos os acontecimentos vividos em 2010, estamos de pé.

E, além do mais, se percebermos, com um pouco de otimismo, a vida tem mudado bastante. Dá para sentir. Até mesmo tocar. Prestemos atenção! Pois, as peças do quebra cabeça da vida estão sendo encaixadas em todos os momentos que estamos vivendo e passando. Principalmente agora na virada de fim de ano.

Todo mundo sabe: o melhor do fim do ano é o sentido de que podemos mudar tudo em nós. E mudar para melhor. Somos envolvidos por esse sentimento de que conseguiremos ser melhores nas nossas amizades, nos nossos relacionamentos, e principalmente, no nosso perdão.

Descobriremos novos objetivos, descobriremos novos amores, aprenderemos a aquela matéria nojenta que nos reprovou no vestibular. Enfim, promessas e objetivos são traçados nessa época de final de ano.

Eu por exemplo levo comigo o sentido de aprender mais e mais. Estou tentando desenvolver o conceito de que a viagem pelo conhecimento seja divertidíssima e misteriosa, quero que esse caminho seja desafiador e ao mesmo tempo deslumbrante. Procuro querer ficar mais forte, para não ter de chorar em frente às pessoas que admiro e amo.

Bem, o que marcou para mim nesse ano de 2010 foi que levar na cara ficou cada vez mais difícil de suportar. Eu já sabia o quão é ruim decepcionar quem acredita em você. Mas, com o passar dos anos está cada vez mais pesado o fardo de ver as pessoas que eu admiro olhando para mim diante do meu fracasso. É uma droga fracassar. Ser fraco diante das metas que você traçou e não conseguir avançar e nem sair do lugar é pior ainda. Entretanto, vem meu amigo Einstein e diz:

"Não pretendemos que as coisas mudem se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar 'superado'. Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la."

E com as palavras dele me pergunto por que tantas vezes nos sabotamos por medo de realizar nossos sonhos? Quantas pessoas nós magoamos por palavras ditas da maneira errada? Será que escutamos os conselhos das pessoas ao nosso redor? Desde quando transformamos nossos moinhos de vento em gigantes e dragões difíceis de se combater?

Devemos trabalhar duro para esquecermos nossas mazelas surgidas do ano passado, sejam estas adquiridas, por um término de namoro, seja por uma discussão com os pais, ou uma nota baixa. Saibam que temos em nosso intimo algumas válvulas que injetam uma dosagem de querer descontar nossa raiva nas pessoas que mais amamos e de fazer tempestades em copo d’água. Desejemos saber controlá-las diante de nossas emoções, para que assim, haja uma evolução consciente do nosso espírito e modo de ser.

Mesmo sabendo que nossas falhas "são foda", chega uma hora de descobrirmos à nossa maneira de resolver nossos problemas. E a melhor parte de resolvê-los é a presença de nossos queridos amigos, eles nos indicarão o errado e o certo em nossa vida. É aqui que entra a questão da amizade, amigos nos fazem ficar reflexivos. Eles muitas vezes nos mostram de onde viemos e para onde estamos indo. Como eles sabem disso? É simples, a partir de nossas atitudes diante deles e para com a vida. Afinal, se são amigos eles saberão de perto pelo o que estamos passando.

Todavia, o trabalho árduo somente pode ser realizado por nós mesmos. As decisões, as escolhas, serão feitas pelo nosso eu interior. E para essa proeza virar hábito faz-se necessário paciência, o que muitas vezes temos uma tremenda dificuldade de encontrar. Para obtê-la, temos que cultivar o nosso coração, da mesma maneira, quando somos com quem amamos: ouvintes e atenciosos.

Nessa virada de ano vamos trazer um pouco de nós mesmos para dentro de si. Acho que esse seria o melhor desejo que podemos fazer. Antes de se doar ao outro, procurássemos se doar a nós mesmos.

Certa vez, um amigo me falou, assim que saiu o resultado de um desses vestibulares que reprovei: "Temos de ficar mais preparados. Você deve ficar mais preparado. Há pessoas lá na frente em nossas vidas, na Sua vida, que precisará de sua ajuda. Por isso, faz-se necessário evoluirmos para ajudarmos quem amamos e, futuramente, quem amaremos."

Talvez seja por isso que não desisto do que eu quero. Há pessoas, futuramente, que precisarão de minha ajuda. Da nossa ajuda.

Sei que não somos herois, mas sei que por menor que sejam nossos pequenos gestos, eles serão capazes de transformar um pensamento, uma vida, um modo de olhar de um alguém qualquer, para melhor. E, meus amigos, com certeza, por isso vale a pena lutar.

Arrependendo-me de muitas oportunidades que deixei passar esse ano. Mas, Prentice meu amigo, aqui não é o momento de chorar ou se sentir culpado pelo o que se deixou de fazer. Aqui é momento de tentar se reerguer. De modificar seus paradigmas. De criar novos hábitos para renovar seu espírito mais e mais. Traduzindo nas palavras de Caio Fernando Abreu: "Desistir não é nobre. E arduamente, não desistimos.". E, indo um pouco mais a fundo na tradução: "Meu irmão, a gente tem que descobrir maneiras - sejam quais forem - de ficarmos fortes.".

E foi pensando em ficar mais forte, que eu e uma amiga amicíssima minha, criamos uma filosofia de todos possuírem um livro da vida. Alguém, provavelmente dirá "e quem não pensou nisso?", mas nossa teoria tem o "algo a mais". No nosso livro, no meu e no dela, possuíamos as Páginas Douradas, nelas estão escritos nossos maiores feitos. É nelas que encontramos nosso saldo positivo em relação a qualquer referencial. Foram nelas que inconscientemente escrevemos o nosso amor por alguém, a nossa sintonia pelos amigos mais chegados, os nossos sonhos maravilhosos. Enfim, nessas paginas está escrito o bem que nossos feitos fizeram para qualquer individuo passante em nossa vida.

Compartilhada a teoria: temos muitas Paginas Douradas para preencher nesse mundão afora de meu Deus. E, com o nascer de um ano, seria muito bom, que, a partir de agora, conhecendo a existência desse livro, comecemos a escrever nele e a transformar as nossas paginas de papéis reciclados em banhadas a ouro.

Cada um, de uma maneira ou outra, saberá o que escrever. Aproveitemos a virada de ano para explorar a fundo onde podemos conseguir mais paginas douradas para nosso particular livro da vida.

Por fim, a todos os meus obstáculos que passei em 2010, os meus votos para 2011 é aceitar o desafio de que esse ano farei de tudo para tudo ser diferente. Challenge Accept!

"Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça..." - Mário Quintana

Feliz Ano Novo para todos os Refugiados.

Prentice Geovanni

Obs: Fabiana Valéria esse ano prometo te entregar o chaveiro que prometi a você há anos.