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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Serif e a Casa.

Olá. Tudo bem? Meu nome é Serif. Porém, prefiro que me chamem de Mr. Serif, pois além do mister passar uma ideia de senhor, passa também um toque de maturidade e velhice, é claro. Meu objetivo aqui é simples. É apenas dizer que ultimamente tenho tido sonhos com você. É, de vez em quando tenho sonhando contigo por algumas noites. Mas é só isso. Sonhos e nada mais.

Quer saber como era meu sonho? Sim? Está certo. Contarei. Era numa casa. Uma casa grande. Não muito grande, obviamente. Digamos que era grande o suficiente para uma família feliz. Nela havia cerâmica cobrindo o chão num estilo antigo. Você estava com minha família. Precisamente? Bem, precisamente, você estava limpando toda a casa com eles, meus familiares. Não tenho ideia de como todos vocês se conheciam, mas estavam em uma perfeita sincronia no arrumar, no detalhar de cada posição, de como os móveis ficariam pela casa. O interessante é que nessa casa havia também meus parentes que já se foram. Logo, tira-se por aí, que era um sonho bem maluco, não é? Não? Certo. Enfim, eu não estava nessa casa. Então, como eu sei de que todos estavam juntos sem eu estar presente? Hum... deve ser coisa de sonho mesmo. É, eu não entendo. Gostaria de entender e de estar sim, com todos vocês. Principalmente porque todos que eu gosto estavam lá. Inclusive você, oras. Entretanto, eu não estava. Eu vinha.

Vinha de onde? Provavelmente de longe, eu acho. Lembro, vagamente, que eu tinha que encontrar algumas pessoas no percurso do caminho para essa casa, tipo para poder entrar nela, entende? Sim? Você deve pensar que era algum tipo de peregrinação que eu deveria estar passando, mas não era. Eu acho que... era só um caminho que eu tinha que seguir. Um caminho cheio de etapas, de risos, de tristezas. Com certeza era um caminho bem diversificado de sentimentos puramente humanos. Era mais ou menos como uma vida. Uma vida inteira para chegar até vocês. Para chegar até você. E, o mais legal, se é que há um lado legal nisso tudo, vocês estavam se preparando para minha chegada. Aliás, meus parentes estavam. Pois, quando finalmente eu cheguei, você vinha saído da casa. Veio com um abraço, disse coisas bonitas no meu ouvido e simplesmente foi embora.

Agora, diga-me, como eu poderia entrar numa casa que não estivesse você lá dentro, esperando por mim? Foi aí que eu acordei. Justamente quando eu ia te procurar. Foi aí que eu tentei dormir de novo. Justamente para tentar continuar a te procurar...

Bem, foi isso.

Prentice Geovanni


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