Artur e Eu, produtores musicais. |
A
primeira vez que vi Artur Carneiro foi na famosa (e única, por ser especial)
locadora de vídeos-game do Zé Carlos. Era noite, eu e João Paulo, um outro
amigo nosso que jogava jogos de RPGs comigo nas mais diversas locadoras da
cidade - sempre em busca do local mais barato, para assim, aumentarmos o
rendimentos do nossos jogos - ao entrarmos nos domínios do Zé, acabamos vendo
um garoto sentado e jogando futebol. Ele e Zé tinham uma relação engraçada,
pois ambos ficavam se pabulando (ou competindo) de jogarem as melhores partidas
dos jogos de futebol. Enfim, acabei não dando muita atenção aos dois e fiquei
ao lado de João Paulo, provavelmente jogando Lunar 2, ou um Final Fantasy IX.
Nunca gostei de futebol. Assisto o da seleção porque quando tem jogo sempre estou
acompanhado por alguém que gosta. Incrível isso. Mas, voltemos ao Carneiro.
Passou-se uma semana, ou um dia, eu
não lembro, entretanto, uma das primeiras pessoas que vejo na classe onde eu
fui estudar e fazer meu primeiro ano do ensino médio, no famigerado IESC, quem
eu vejo? O famoso "Carneirinho", assim o chamavam as meninas. "O
carneirinho das montanhas", dizia uma delas, muito bonita por sinal. E eu
sem entender, me perguntava: que danado ele tem de carneiro? Mais tarde
descobri que era o seu sobrenome. Carneiro. Artur Carneiro.
Lembro também que nesse ano cheguei
atrasado e acabei sentando lá atrás, logo: acabei sendo da turma do fundão.
Nunca tinha participado de uma turma do fundão, porém eu sempre admirava os
integrantes dela. Bem, naquele momento essa mesma turma seria composta por três
garotos fanfarrões: Aldir, peça boa, um dos integrantes do Refúgio, aliás isso
tudo foi ideia dele. Inajá, sem comentários. E eu. Hélio, "o véio",
um dos maiores professores de matemática que já tive, nos nomeou de: os
cozinheiros. The cooks, para quem acha inglês mais maneiro. No início éramos
três, depois viramos uma legião. Essa legião nasceu no segundo ano. Todavia,
essa é outra história.
Então, qual o por quê de contar tudo isso aqui? É justamente para você perceber o quanto duas pessoas tão diferentes (Você, com seu futebol, conhecido por seu jeito resenheiro, com muitos amigos, com cada gata ao teu lado. E eu, um cozinheiro.) podem se tornar grandes, melhores, amigos. Foi daí, que comecei prestar atenção em você. Nas suas atitudes. No jeito que você tomava um problema e o resolvia. Dia desses descobri que eu não era o único que fazia isso. Perceba, veja bem, o grau de sua importância para todos os que estão te acompanhando nessa vida, sim, tão boa e repleta de sonhos a serem cumpridos.
João Paulo e Artur: Cajá e Mangaba. |
Não sei como, mas foi como se fosse
para ser. Nós acabamos apresentando uma sintonia bacana. Estudamos juntos,
montamos um grupo de estudos: eu, tu, Magnun e Edkleber (esse sumiu, mas ele
aparece lá em casa de vez em quando). Resenhamos muito lá na locadora.
Conversamos mais ainda, sob a luz daquele poste em frente da tua casa, sobre
como e o que faríamos para continuar sempre indo em frente, escolhendo sejam
quais forem nossas escolhas, certas ou erradas. Tocamos violão, farreamos muito
naquelas festas épicas de fim de ano. (Uma bem legal foi aquela que João Paulo
saiu perguntando se tínhamos uma caneta para anotar o número de uma garota da
festa. Não tenho a mínima ideia, mas ele conseguiu a bendita caneta, não sei
com quem, mas conseguiu. Fico imaginando como seria o camarada que emprestou a
caneta a ele. “Ah, eu estou aqui no meio de uma festa, bêbaço, mas tenho essa
caneta aqui. Tome. E use-a para o bem. Use-a para pegar o telefone das
boyzinhas”) Rimos de muitas coisas e enxergamos além, muito além de nós
mesmos.
Lembro, quando eu estava triste "pra caralho", e lá na mesa que nós estudávamos, você estava sentado, me esperando e disse, bem sério: Senta aí. Jamais se esqueça disso: Temos que ficar mais preparados. Há pessoas, lá na frente da sua vida, que você ainda nem conheceu, mas irá conhecer, que precisará de você. Por isso, seja forte. Evolua. Para assim, ajudá-las futuramente. Ajudar quem você ama e quem você amará.
Rapaz, até hoje não me esqueci
dessas palavras. Espero que sirvam para cada um que leia esse texto. Espero que
cada um leve consigo essas palavras. Suas palavras. Palavras fortes e de grande
poder. Claro, que houve muitos outros conselhos. Significantes, até. Mas esse,
caro amigo. Talvez foi o maior de todos. No mais, espero que também sigas
tuas palavras. No mais, te desejo os maiores parabéns e as maiores felicidades.
Artur e o Primeiro Pulo do Ano da Foto. |
***
Era noite de estudo. Dia do meu
aniversário. Ano de vestibular. Eu, Artur e Magnun estávamos estudando.
Quando chega minha irmã com um bolo na mesa. Todo mundo se anima. Eu, o mais
animado e o mais faminto, aguardado ansiosamente pelo meu pedaço de bolo. Minha
irmã, com toda calma, tira o pedaço de Magnun. Razoavelmente grande. Tira o
pedaço de Artur. Bem grandão. Por último, como eles disseram, seria o meu
pedaço. Minha irmã, com sua habilidade de fazer presepada, tira um pedaço bem
pequeninho. Eu olho o meu pedaço e olho para os de Magnun e Artur e digo: Pow,
o aniversariante sou eu. Num são os caras não. (Muitos risos depois)
Hoje o aniversariante é tu. Que
continues com toda essa maturidade que adquiriste por aí, pela vida, com o teu
jeito e teu carisma. Vamos em frente. Com as pessoas que nos ajudam a
construir nossa história, nossas virtudes, nosso mais íntimo Eu interior. Vamos
em busca do crescer e da felicidade. Sempre.
Prentice Geovanni
Não lembro exatamente o dia em que conheci Artur, só sei que desde o meu primeiro dia de aula no IESC, ele estava lá.
ResponderExcluirMas turma do fundão, nem sempre se misturam com os "nerds hipócritas". Lembro porém que minha mais antiga lembrança dele, foi em um episódio, em um intervalo, em que uma cara colega sentou no colo dele, e esta reclamava: "Carneirinho" tira essa bolsinha daí", na verdade não se tratava beeem de uma bolsinha, se é que você me entende ¬¬.
Me parece que a partir do ano seguinte que o famoso Carneiro foi crescendo em mim, cheio das piadas, que me divertia muito, inteligente... E desde então tem sido uma pessoa que admiro bastante, um rapaz forte, que sabe levar a vida com bom humor.
Artur, você é realmente fantástico, e ocupa um lugar muito importante em meus afetos. Te desejo um FELIZ ANIVERSÁRIO, que você seja na grande maioria das vezes em sua vida, de fato FELIZ, como você tem nos feito por todos esses anos, simplesmente por nos presentear com sua companhia, e como Prentice disse, quando não estais, com tua lembrança sempre doce e alegre para cada um que conviveu contigo.
Eu sinto sua falta, queria novamente poder ter aproveitado melhor os tempos de colégio e me afinado mais cedo com você!
Grande beijo, CORAÇÃO... ;)
Meu amigo, tô com os olhos cheio d'água aqui só de ler esse texto.
ResponderExcluirFicou massa demais, Prentice! Ficou massa demais porque você é um excelente escritor e também porque lembrar e falar de Artur Carneiro sempre acompanha uma felicidade singular.
Considero Artur demais mesmo! Ele é referência pra mim. Seu jeito descontraído, seu pensamento pra frente. É um amigo que me cativa mesmo.
Assim como você, caro Prentice, também ouvi frases de Artur que embora não recorde na íntegra levarei a ideia e o ensinamento pelo resto da vida. Porque aquilo que te ajudou a crescer sempre fará parte de você.
"Quem será que nasceu primeiro: o ovo, a galinha ou será que foi Carneiro?" shaushaushau!
Tu mora aqui no coração, carneiro chiola!
Grande abraço!
Quando Artur leu o texto, eu perguntei: "E aí?". Ele respondeu: "Pelo menos vcê levou alguma coisa de algo que eu disse pra você. Levou isso, já tá bom demais." Ri muito.
ResponderExcluirEle só disse isso? kkkkkkkkkkkkkkk
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