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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Curtindo e compartilhando sentimentos. (Dia dos Pais)

Quando abri o facebook nesse domingo esbarrei com uma cascata de imagens compartilhadas, de recados simplistas, outros mais elaborados, de mensagens prontas, mensagens feitas no calor do instante, etc. e etc., que não paravam de escorrer por entre minha página inicial, exaltando, é claro, a figura do pai na vida da gente. O que pude extrair da enxurrada de declarações foi a idéia de que as datas significativas do nosso calendário funcionam, mais do que somente um veículo de vendagem, para que ao menos uma vez durante o ano, as pessoas consigam externar e admitir aquilo que sentem e que, seja pela correria do cotidiano, pelo constrangimento ou qualquer outra desculpa, não podem demonstrar a quem mais amam. E aí é que mora o erro.

Seu pai provavelmente deve saber que você o ama, que ele é/foi seu super-herói favorito da infância, seu primeiro (e talvez único) ideal de um Super-Homem, seu bandido, ou qualquer uma dessas características que a música do Fábio Jr. certamente pode ressaltar melhor que eu. Só que por ele saber disso não significa que não o queira escutar da sua boca, e tampouco que você só precise demonstram isso no(s) segundo(s) domingo(s) de agosto – primeiro, porque uma comemoração anual não resume o restante dos 360 dias; e segundo porque ressaltar constantemente um bom sentimento é uma maneira bastante eficaz de deixá-lo aceso, de edificá-lo.

Os textos (escritos e visuais) da rede social diziam ainda outra coisa. Ou melhor, carregavam um coro ainda mais forte que o “Feliz Dia dos Pais” tão destacado pelas palavras adocicadas e imagens idem; revelavam que precisamos não apenas dessa data, mas principalmente que o valor desse dia nos acompanhe, para que podemos dizer que amamos nossos pais sem nos sentirmos “sozinhos”, para que ao desejarmos felicidade aos patriarcas da família, saibamos também que nossos amigos do bate-papo, do MSN, da rua, nossos vizinhos, enfim, que todo o país e o mundo estejam junto conosco para evocar os votos de alegria e paz aos nossos “coroas”, para expor sentimentos que demoram uma volta completa da Terra ao redor do Sol – do contrário pareceríamos “cafonas” ao dizer, durante um dia qualquer duma semana qualquer, por exemplo, que queremos para eles tudo que há de melhor, seguido por um beijo forte e um abraço apertado.

Sei que estou correndo o risco de cair em repetições, em recorrer a clichês, e de revelar minha própria hipocrisia, já que são lições que devo aplicar a mim mesmo na vida, mas pouco me importa: comemoramos um dia que é para ser celebrado todos os dias, já que é a forma mais expressiva de agradecer aqueles que estão lá, ao nosso lado, a todo instante, tal como estiveram durantes nossos primeiros passos ou primeiras quedas de bicicleta. Não precisa ser aquele estereótipo de homem que nos vem à mente; pode ser perfeitamente nossa mãe, ou avô, ou tio, ou professor, ou qualquer figura que lhe sugira aquele carinho paternal tão necessário em nosso desenvolvimento enquanto seres humanos, passando pelas descobertas iniciais até a bagagem que levaremos durante toda a maturidade. Nunca é, e nem nunca será muito tarde para dizer as três palavras mágicas que, por tabela, sintetizam todo o significado desses caras em nossa vida: eu te amo!

E curtir ou compartilhar esse sentimento é bem mais que uma simples opção.

Júnior Souza

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